sexta-feira, 2 de maio de 2008

Tensão na Bolívia


Estive na Bolívia duas vezes. A primeira em janeiro de 1990. A segunda sete anos depois. É evidente a qualquer visitante que o país vivia naquela década os efeitos da onda globalizante comum à maioria dos países. Foi quando ocorreu a privatização da maior empresa de telefonia, a Entel, vendida para italianos. Lembro-me que o preço do serviço, uma simples ligação de telefone público, era alto para um turista, imagine para o boliviano médio.
Mas não é só isso. O drama da Bolívia - e do presidente Evo Morales - é a imensa dificuldade de livrar-se do passado, do domínio político de uma elite branca, da dependência de grupos estrangeiros que naquela década tomaram conta das maiores riquezas do país. Aliás, o mais impressionante para quem conhece os níveis de pobreza dos bolivianos, a precariedade da vida da maioria, é saber que lá riqueza não falta. Apenas para citar exemplos: o país detém grandes reservas de gás e petróleo. A prata já foi-se toda, há muito tempo, pelas mãos ávidas dos espanhóis.
Mas esta semana é de tensão na Bolívia.
Ontem, em discurso pelo dia 1o. de maio, o presidente Morales anunciou em La Paz a retomada do controle de quatro empresas do setor de hidrocarbonetos (petróleo e gás) e a nacionalização da Entel. O anúncio foi feito três dias antes de referendo sobre autonomia no departamento de Santa Cruz, governado pela oposição a Evo. Além da resistência interna, seu governo enfrenta a pressão externa dos Estados Unidos. Para a ortodoxia do mercado, Morales tem cometido pecados capitais.
Há alguns dias, Fidel Castro advertiu para o risco de golpe de estado na Bolívia. Estados Unidos acompanham de perto a situação lá, onde, aliás, mantém o maior aparato da CIA na América do Sul.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Um sonho impossível

De Chico Buarque,

"Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão

É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz

E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão."

Primeiro de Maio


Simpatizantes e integrantes da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) marcaram o Dia do Trabalho com um grande comício na Praça da Revolução, em Manágua, na Nicarágua.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobe aprovação de Lula


A aprovação do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 66,8% em fevereiro para 69,3% em abril, segundo a 92ª pesquisa CNT/Sensus , divulgada nesta segunda-feira, 28. A desaprovação para o desempenho de Lula caiu de 28,6% para 26,1% em abril. Esse resultado é o melhor desde janeiro de 2004, ficando atrás somente dos índices de popularidade do primeiro ano de governo.
A pesquisa constatou que 50,4% dos entrevistados responderam ser a favor da alteração da Constituição do País para que seja permitido um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, 45,4% declararam serem contra a reeleição de Lula e apenas 4,3% não se posicionaram sobre o assunto. Essa foi a primeira vez que a pesquisa CNT incluiu uma pergunta sobre a possibilidade de alteração da Constituição para permitir que o presidente Lula se candidate pela terceira vez.