sexta-feira, 25 de maio de 2007

Galeano de novo


El gol es el orgasmo del fútbol. Como el orgasmo, el gol es cada vez menos frecuente en la vida moderna.

Hace medio siglo, era raro que un partido terminara sin goles: 0 a 0, dos bocas abiertas, dos bostezos. Ahora, los once jugadores se pasan todo el partido colgados del travesaño, dedicados a evitar los goles y sin tiempo para hacerlos.

El entusiasmo que se desata cada vez que la bala blanca sacude la red puede parecer misterio o locura, pero hay que tener en cuenta que el milagro se da poco. El gol, aunque sea un golecito, resulta siempre gooooooooooooooooooooooool en la garganta de los relatores de radio, un do de pecho capaz de dejar a Caruso mudo para siempre, y la multitud delira y el estadio se olvida de que es de cemento y se desprende de la tierra y se va al aire.

Eduardo Galeano


"(...) Qué tal si empezamos a ejercer el jamás proclamado derecho de soñar? ¿Qué tal si deliramos, por un ratito? Vamos a clavar los ojos más allá de la infamia, para adivinar otro mundo posible: [...] La gente trabajará para vivir, en lugar de vivir para trabajar; se incorporará a los códigos penales el delito de estupidez, que cometen quienes viven por tener o por ganar, en vez de vivir por vivir nomás, como canta el pájaro sin saber que canta y como juega el niño sin saber que juega (...)"

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Rato do orçamento


O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é o campeão de emendas para beneficiar a Gautama. Jucá incluiu no Orçamento da União de 2005 R$ 94,3 milhões em emendas destinadas a obras tocadas pela empreiteira de Zuleido Veras, acusado pela Polícia Federal de coordenar esquema de fraude em licitações e desvio de verba pública. O valor equivale a 55% dos recursos reservados pelo Congresso, por meio de emendas de bancada, a empreendimentos que contaram com a participação da construtora entre 1998 e 2006. Alguma surpresa sobre Jucá?

Só pra lembrar alguns casos:

- Ele já foi líder do governo no Senado e ministro da Previdência Social durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre março e julho de 2005. Sua manutenção no cargo ficou insustentável devido a uma série de denúncias de irregularidades envolvendo sua reeleição ao Senado e em razão de empréstimos feitos junto ao Basa (Banco da Amazônia) entre 1994 e 1996. Jucá sempre alegou que as acusações tinham cunho político, que todas as operações foram legais e que nunca se provou nada contra ele.

- A passagem de Romero pela Funai foi desastrosa, lhe sobraram processos. Na Fundação Roraima, o MPF o acusa de se apropriar de um canal de TV, que hoje é a TV Caburaí, e de desviar dinheiro que seria para pessoas carentes para bancar seus gastos pessoais. Aliás, gastos seus e da sua então mulher, a prefeita Teresa Jucá. Tudo isso foi, inclusive, divulgado pelas revistas Veja e IstoÉ.

- Tão logo assumiu o cargo de senador da República, Romero conseguiu liberar R$ 4,5 milhões para a empresa Frangonorte Ltda, que revendia frango da Sadia e não aplicou um centavo no projeto, como constataram auditores do Basa. Hoje, o banco cobra sem sucesso uma dívida de R$ 32 milhões em juros e correção monetária do papagaio feito por Jucá há quase 10 anos. Essas informações foram divulgadas pelo Correio Braziliense e pela IstoÉ.

- Há ainda investigações de denúncias de supostos desvio de recursos públicos destinados para Fundação Nacional de Saúde, em programas da Eletronorte, Petrobrás, e negócios com o Banerj e outros.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

A nação assaltada


A renúncia do ministro Silas Rondeau, das Minas e Energia, é um bom sinal. Olhando, é claro, pelo lado positivo do caso Gautama. Em outros tempos, dificilmente um ministro seria investigado pela Polícia Federal ou uma denúncia como esta viria a público com tanta rapidez. Mas a renúncia apenas não basta. Gente como Rondeau e Zuleido Veras, dono da Gautama, deveria passar o resto de sua vida na cadeia. Talvez isso não permitisse recuperar todo o prejuízo causado a milhões de brasileiros que, por falta de investimento público, sofrem com a falta de moradia, saúde, educação e segurança. Mas serviria coo exemplo para que outros não se aventurassem nesse incessante assalto ao Estado brasileiro. Fica a sugestão para tornar a legislação mais rigorosa para casos de mau uso do dinheiro público.
Segundo um relatório da PF, Rondeau recebeu no Ministério a diretora financeira da empreiteira Gautama, Maria Fátima Palmeira, com R$ 100 mil em dinheiro. Das 43 pessoas inicialmente presas na Operação Navalha, da Polícia Federal, 19 já foram soltas. Segundo as investigações, entre 1998 e 2006 a Gautama recebeu um total de R$ 116 milhões para dezenas de obras públicas, das quais algumas nem sequer chegaram a existir em projeto.

Mestre Cartola


De Cartola, a poética Alvorada:

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
( a alvorada )
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
Mas o que me resta é tão pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida.

Povo inexistente


A democracia se tornou um rótulo politicamente correto no Brasil. A questão é a qual democracia nos referimos. Mas isso é assunto para uma longa conversa. Por ora, registro apenas estranheza com a troca de nome do antigo PFL (Partido da Frente Liberal), formado por dissidentes do PDS, sigla que representou os militares no período ditatorial, por Partido Democrata (PD). Ou "Demo", como tem sido chamado inclusive no meio político do Congresso Nacional.
A propósito do assunto, cito alguns comentários do respeitado professor Fábio Konder Comparato, aposentado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, a "democracia acha-se consagrada entre nós como um "valor universal", mas sem nenhum conteúdo preciso. E este, para o professor, é o lamentável "mal entendido" da atualidade. No meio político, da extrema direita à extrema esquerda, ninguém ousa declarar-se antidemocrático. Como exemplo desse mal-entendido ele cita a troca de nome do PFL. "Ser favorável à democracia nos dias de hoje é uma exigência de etiqueta ou boa educação, tal como quando cumprimentamos alguém, perguntando-lhe "como vai", ou desejando-lhe "bom dia", mas sem nenhum conteúdo preciso."
Um dos advogados de acusação no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, e autor de ação contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, Comparato afirma que o regime político predominante no país foi a oligarquia, salvo "curtos lapsos de ditadura pessoal ou domínio militar". A razão desse vácuo democrático é a mesma do nosso privatismo anti-republicano, disse, onde o povo é politicamente inexistente. "O povo está sempre à margem do cenário, como o carreteiro descalço, que admira da beira de estrada, sem compreender absolutamente nada, a cena heróica do grito do Ipiranga no quadro célebre de Pedro Américo", conclui o professor, uma das referências intelectuais do país.

domingo, 20 de maio de 2007

¿Tomamos unos mates?


Obra de Juan Manuel Blanes

El mate no es una bebida... Bueno, sí... Es un líquido
y entra por la boca... Pero no es una bebida.
En este país nadie toma mate porque tenga sed.
Es más bien una costumbre... como rascarse.
El mate es exactamente lo contrario que la televisión:
te hace conversar si estás con alguien, y te hace
pensar cuando estás solo...

Cuando llega alguien a tu casa la primera frase es
"hola" y la segunda "¿unos mates?"
Esto pasa en todas las casas... En la de los ricos y
en la de los pobres.

Pasa entre mujeres charlatanas y chismosas y pasa
entre hombres serios o inmaduros.

Pasa entre los viejos de un geriátrico y entre los
adolescentes mientras estudian o se drogan.
Es lo único que comparten los padres y los hijos sin
discutir ni echarse en cara.

Peronistas y radicales ceban mate sin preguntar.
En verano y en invierno. Es lo único en lo que nos parecemos las víctimas y los
verdugos, los buenos y los malos.

(...) Los teclados de Argentina tienen las letras llenas de
yerba.

La yerba es lo único que hay siempre en todas las
casas... Siempre. Con inflación, con hambre, con militares, con
democracia, con cualquiera de nuestras pestes y
maldiciones eternas.

Y si un día no hay yerba, un vecino tiene y te da...
La yerba no se le niega a nadie.

(...) ¡Es la solidaridad de bancar esos mates lavados porque
la charla es buena! La charla, no el mate.
Es el respeto por los tiempos para hablar y escuchar,
vos hablás mientras el otro toma y es la sinceridad
para decir: ¡Basta, cambiá la yerba!"
Es el compañerismo hecho momento.
Es la sensibilidad al agua hirviendo.
Es el cariño para preguntar estúpidamente: "¿está
caliente, no?"

Es la modestia de quien ceba el mejor mate.
Es la generosidad de dar hasta el final.
Es la hospitalidad de la invitación.
Es la justicia de uno por uno.
Es la obligación de decir "gracias", al menos una vez
al día. Es la actitud ética, franca y leal de encontrarse sin
mayores pretensiones que compartir.
¿TE SENTISTE INCLUÍDO?.
Compartilo entonces con quienes alguna vez tomaste un mate.

Para tener el futuro...


"...y miren lo que son las cosas que para que nos vieran nos tapamos el rostro; para que nos nombraran nos negamos el nombre; apostamos el presente para tener futuro; y para vivir.... morimos"
Subcomandante Marcos, del Ejército Zapatista de Liberación Nacional