terça-feira, 2 de dezembro de 2008

TV Brasil anuncia canal analógico para 2009

No dia em que a implantação da TV Digital no Brasil completa um ano, a TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), inaugura em São Paulo (SP) uma nova sede e um canal aberto digital para a cidade.
"Desde sua criação, a partir de três emissoras locais, no Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e São Luiz (MA), a TV Brasil conseguiu um avanço espetacular na irradiação de seu sinal, seja através das TVs educativas estaduais abertas - que exibem programas da TV Brasil em 21 estados - seja através da Banda C ou dos canais por assinatura. Nada disso, entretanto, compensava a ausência na mais rica e populosa cidade do Brasil. Por isso consideramos uma vitória o início das transmissões pelo canal digital 63 e a instalação da emissora na cidade de São Paulo", afirmou Tereza Cruvinel, presidente da EBC.
A inauguração acontece nesta terça-feira. Segundo ela, a expectativa é que "a presença da TV Pública, que se expandirá no início de 2009 com a abertura do canal analógico, contribua para o aumento da oferta de informação e entretenimento, tornando nosso sistema de radiodifusão ainda mais pluralista". Portal Imprensa/Ana Luiza Moulatlet

Pauta polêmica sobre concessões volta à discussão

Uma das mais polêmicas propostas envolvendo o setor de comunicação pode ser votada ainda nesta semana. Trata-se do relatório produzido em 2007 pela subcomissão especial criada para analisar os atos de outorga e as renovações de concessão da radiodifusão sonora e de sons e imagens. Apesar de divulgado em dezembro do ano passado, o trabalho da subcomissão presidida pela deputada Luiza Erundina (PSB/SP) e relatado pela deputada Maria do Carmo (PT/MG) jamais foi votado inteiramente. Apenas uma versão parcial, onde os pontos mais polêmicos foram extirpados, acabou aprovada ainda em dezembro de 2007.
Agora o material completo volta à pauta da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI). Na próxima reunião, marcada para essa quarta-feira, 3, o material poderá ser votado. No entanto, não há qualquer garantia de aprovação, nem mesmo de que as propostas inseridas no relatório serão deliberadas ainda neste ano. Boa parte dos temas abordados no trabalho da subcomissão é extremamente delicado não só para os radiodifusores, mas também para os parlamentares.
Uma das propostas presentes no documento é incluir na Constituição Federal artigo impedindo a participação de parlamentares, detentores de cargos públicos e pessoas que tenham foro especial em qualquer cargo de comando ou no controle de empresas de rádio e televisão. Hoje muitos políticos possuem emissoras ou retransmissora, muitas em nome de seus familiares, apesar das restrições já existentes.
Além deste item, outra sugestão mexe com o poderio de parlamentares no processo de outorgas. A relatora sugere o fim da exigência de aprovação pelo Congresso, com dois quintos de votos, os pedidos de cassação de concessões. Na mesma linha, o relatório propõe ainda que não seja mais necessária uma decisão judicial para que a União cancele outorgas concedidas à TVs e rádios.
Cotas
Mas um dos pontos mais polêmicos para as empresas de radiodifusão é o estabelecimento de cotas de veiculação de conteúdos nacionais para as TVs abertas. A proposta é que o tempo de veiculação de conteúdos nacionais seja considerado no processo de concessão e renovação das outorgas, reduzindo o peso do valor ofertado pelas empresas para a aquisição das licenças.
O relatório sugere ainda que a exploração de serviços de radiodifusão com fins exclusivamente educativos só possa ser feita pela União, estados, municípios, Distrito Federal e universidades brasileiras. Essa restrição só poderia ser desconsiderada em casos onde o poder público e as universidades não demonstrem interesse deter a concessão. Nessas circunstâncias, seria permitida a exploração por fundação sem fins lucrativos, desde que haja comprovação de que a entidade é vinculada a alguma instituição de ensino. Tela Viva News/Mariana Mazza

Vannuchi pede abertura dos arquivos da ditadura

O ato público pelo Direito à Memória e à Verdade, realizado ontem na Assembléia Legislativa paulista, teve um tom de cobrança ao governo federal pela abertura dos arquivos da ditadura. O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defendeu que o assunto seja resolvido pelo presidente Luiz Inácio da Silva até o fim da gestão. "Tenho falado ao presidente que ele não pode terminar seus oito anos de governo deixando esse assunto sem uma definição", afirmou o ministro.

O evento foi promovido pelos deputados federal Paulo Teixeira (PT-SP) e estadual Simão Pedro (PT) e contou com a presença do presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, de outros parlamentares petistas, como José Eduardo Cardozo, Adriano Diogo e Rui Falcão, além de representantes das principais ONGs ligadas à defesa dos direitos dos presos e perseguidos políticos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Lula aprovado por 80% dos brasileiros

A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 72% em junho de 2008, para 80% em setembro, divulgou hoje a pesquisa CNI/Ibope. Por outro lado, a desaprovação caiu de 24% para 17% no mesmo período. O documento informou que o índice de aprovação é o mais alto já obtido pelo presidente Lula.

A avaliação do governo Lula em ótimo ou bom subiu de 58% para 69%, o melhor resultado para o atual governo e o segundo melhor desempenho de um governo desde o início da série histórica CNI/Ibope. Em setembro de 1986, na vigência do Plano Cruzado, o governo do presidente José Sarney obteve 72% de avaliação positiva.

Já a avaliação ruim ou péssima recuou de 12% em junho para 8% em setembro e a avaliação regular do governo caiu de 29% para 23%. A CNI/Ibope também revelou que o governo Lula alcançou a nota média mais alta desde que teve início, atingindo 7,4 numa escala de 0 a dez.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Defensa de Bolivia

El imperialismo y la oligarquía local quieren derrocar al Gobierno y
anular el proceso de cambios para recuperar su poder

Nuevamente, esta vez en vísperas del referéndum revocatorio del 10 de agosto, el imperialismo norteamericano y la oligarquía criolla arremeten contra el proceso de cambios en Bolivia, desarrollando acciones violentas para desestabilizar al Gobierno de Evo Morales, el mismo que cuenta con el apoyo del pueblo que votará por el sí este domingo.
Esta campaña desestabilizadora ha tomado diversas formas: los referendos autonómicos en cuatro departamentos y la satanización de la Constitución son sus manifestaciones más evidentes. Pero lo son también todas las agresiones racistas contra los indígenas bolivianos, como la perpetrada el 24 de mayo pasado en Santa Cruz, y la proliferación de grupos de clara orientación nazi, que persiguen y agraden a los indígenas.
Detrás de todo esto están los intereses del imperialismo norteamericano,las transnacionales y las oligarquías locales, que siempre han estado aliados y que hoy ven un serio peligro para sus ganancias y sus estrategias geopolíticas en un gobierno y una Constitución que defiende su soberanía sobre los bienes naturales, y reconoce y promueve su diversidad definiéndose como un Estado Plurinacional.
Por eso la campaña desestabilizadora se agudiza en vísperas del referéndum. Porque saben que si cae Bolivia cambiaría toda la correlación de fuerzas en Suramérica, donde los únicos aliados totalmente incondicionales que le quedan al imperio son los gobiernos de Colombia y Perú. Por eso, defender a Bolivia es defender el futuro de
Latinoamérica.

¡SOLIDARIDAD CON EL PUEBLO BOLIVIANO!

¡LOS PUEBLOS TENEMOS DERECHO A DECIDIR Y CONSTRUIR NUESTRO FUTURO!

Lima, 06 de agosto de 2008

Coordinadora Andina de Organizaciones Indígenas, CAOI
Confederación Nacional de Comunidades Afectadas por la Minería, CONACAMI
Confederación Campesina del Perú, CCP
Confederación Nacional Agraria, CNA
Asociación Interétnica de Desarrollo de la Selva Peruana, AIDESEP

COORDINADORA ANDINA DE ORGANIZACIONES INDÍGENAS – CAOI
Bolivia, Ecuador, Perú, Colombia, Chile, Argentina

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Lula e Chávez investem na Bolívia


EFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado da Venezuela, Hugo Chávez, concederam nesta sexta-feira ao governante boliviano, Evo Morales, uma ajuda de US$ 530 milhões (R$ 842,4 milhões) para estradas na Amazônia e prometeram mais respaldo para desenvolver a indústria do gás no país. Lula e Chávez assinaram os convênios em um estádio de futebol de Riberalta, situado 900 quilômetros ao nordeste de La Paz, perto da fronteira com o Brasil.

Chávez assinou um acordo para dar à Bolívia US$ 300 milhões (R$ 476,85 milhões) e Lula concederá um empréstimo de US$ 230 milhões (R$ 365,6 milhões) para a construção de uma rota que permitirá unir La Paz com a fronteira do Brasil.

Segundo o presidente venezuelano, a estrada unirá o norte tropical de La Paz, o noroeste do Brasil e a Amazônia, além de ligar vias que levam ao Orinoco venezuelano. Lula também prometeu "aprofundar a cooperação no campo energético" com novos investimentos da Petrobras na Bolívia na exploração conjunta de poços de petróleo e em um futuro planejar a construção de uma hidroelétrica binacional.

Homenagem a Martí



Com a presença do presidente da Assembléia do Poder Popular de Cuba, deputado Ricardo Alarcón, o Congresso Nacional brasileiro homenageou no último dia 1 o líder da independência cubana José Martí. Entre diplomatas, deputados e senadores que participaram da homenagem aos 155 anos de nascimento de José Martí, estava o embaixador de Cuba, Pedro Núñez Mosquera (foto). O herói cubano, que nasceu em 28 de janeiro de 1853 e foi morto por tropas espanholas aos 42 anos, viveu como exilado nos Estados Unidos. Ele acreditava que a expansão do poder norte-americano era uma ameaça à América Latina.
O aspecto antiimperialista da luta de José Martí foi ressaltado pelos senadores José Nery (PSOL-PA), João Pedro (PT-AM), Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Eduardo Suplicy (PT-SP), que assinaram, com a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o requerimento para a homenagem.
Alarcón agradeceu o apoio dos parlamentares brasileiros à luta pela libertação dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos há dez anos, sob acusação de espionagem, condenados a penas que vão desde 15 anos de reclusão até prisão perpétua, sem direito a defesa, disse.

domingo, 1 de junho de 2008

Lula defende combustíveis alternativos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, em Roma, que o objetivo principal do Brasil na Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Bioenergia, que começa terça-feira, na capital italiana, é convencer os parceiros internacionais que o etanol brasileiro não ameaça a produção de alimentos.
O presidente afirmou que a campanha internacional do governo a favor do etanol brasileiro é "uma guerra necessária" para o Brasil. Segundo ele, ONGs, fazendeiros europeus e a indústria automobilística da Europa estão entre os que fazem campanha contra o etanol.
"Não é o etanol que faz subir o preço dos alimentos, porque o Brasil, que produz mais biocombustíveis, também produz mais alimentos", afirmou.
Segundo Lula, a conferência será uma oportunidade de o Brasil dar seqüência ao debate sobre combustíveis alternativos para as próximas décadas.
"Estamos convencidos de que o mundo pode relutar, mas vai ter de assumir a responsabilidade de usar outros combustíveis", afirmou o presidente à "Agência Brasil", em entrevista na Embaixada do Brasil.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Renúncia 2


A saída de Marina Silva rendeu mais no editorial do "Independent", que cita um relatório encomendado pelo governo britânico, o Sterns Report, cuja recomendação é o fim do desmatamento como a melhor e mais barata forma de combater o aquecimento global --e que não exige sequer inovações tecnológicas. Essa iniciativa consumiria "apenas a vontade política e cerca de US$ 80 bilhões, uma conta relativamente baixa se for paga por todo o mundo", afirma o jornal.

"O Brasil não vai pagar", diz o jornal. "E por que deveria pagar por algo que vai beneficiar todo o mundo?" O editorial conclui dizendo que "chegar a um acordo internacional viável é o desafio para o próximo Kyoto. Mas uma coisa é clara. Esta parte do Brasil é muito importante para deixar para os brasileiros. Se perdermos as florestas, perdemos a luta contra o aquecimento global."

A renúncia da ministra também foi destaque em vários outros jornais. Também na Grã-Bretanha, o The Guardian afirma em reportagem que o "medo pelo futuro da maior floresta tropical do mundo aumentou ontem, depois da renúncia repentina da ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva".

Na França, o "Le Monde" destaca que a carta de demissão de Marina Silva chegou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na mesma hora em que o anúncio era feito à imprensa. Na Espanha, o "El País" afirma que Lula "deu as costas à maior defensora da Amazônia", destacando que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, "sua rival no governo", é quem ganha com a demissão.

Em artigo relacionado, o "El País" destaca ainda a "volatilidade" do governo Lula, afirmando que os ministros "não duram muito".

Renúncia 1


A renúncia de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente foi considerado um "golpe para futuro do planeta" pelo jornal britânico "The Independent".

No editorial de título "Salvem os pulmões de nosso planeta", publicado nesta quinta-feira, o jornal afirma que, cinco anos atrás, a ministra foi nomeada como o "anjo da guarda" da Amazônia, mas desde então vinha travando batalhas com fazendeiros e madeireiras.

"Ela freqüentemente parecia uma voz solitária no governo brasileiro --derrotada em votações como a introdução de grãos geneticamente modificados, a construção de uma nova usina nuclear e em projetos maciços de infra-estrutura, incluindo duas grandes represas para hidrelétricas e a construção de uma nova estrada na floresta."

Segundo o jornal, a Amazônia deveria ser uma preocupação mundial. "É fácil para as nações ricas condenar uma economia emergente que sucumbe às pressões comerciais e abandona o meio ambiente. Mas este não é o problema de apenas um país. As mudanças climáticas são o maior fracasso do mercado já visto no mundo; aqueles que poluem, geralmente, não são os que pagam. A Amazônia é um recurso precioso para o mundo todo e pelo qual nós todos devemos assumir responsabilidade", afirma o editorial.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Tensão na Bolívia


Estive na Bolívia duas vezes. A primeira em janeiro de 1990. A segunda sete anos depois. É evidente a qualquer visitante que o país vivia naquela década os efeitos da onda globalizante comum à maioria dos países. Foi quando ocorreu a privatização da maior empresa de telefonia, a Entel, vendida para italianos. Lembro-me que o preço do serviço, uma simples ligação de telefone público, era alto para um turista, imagine para o boliviano médio.
Mas não é só isso. O drama da Bolívia - e do presidente Evo Morales - é a imensa dificuldade de livrar-se do passado, do domínio político de uma elite branca, da dependência de grupos estrangeiros que naquela década tomaram conta das maiores riquezas do país. Aliás, o mais impressionante para quem conhece os níveis de pobreza dos bolivianos, a precariedade da vida da maioria, é saber que lá riqueza não falta. Apenas para citar exemplos: o país detém grandes reservas de gás e petróleo. A prata já foi-se toda, há muito tempo, pelas mãos ávidas dos espanhóis.
Mas esta semana é de tensão na Bolívia.
Ontem, em discurso pelo dia 1o. de maio, o presidente Morales anunciou em La Paz a retomada do controle de quatro empresas do setor de hidrocarbonetos (petróleo e gás) e a nacionalização da Entel. O anúncio foi feito três dias antes de referendo sobre autonomia no departamento de Santa Cruz, governado pela oposição a Evo. Além da resistência interna, seu governo enfrenta a pressão externa dos Estados Unidos. Para a ortodoxia do mercado, Morales tem cometido pecados capitais.
Há alguns dias, Fidel Castro advertiu para o risco de golpe de estado na Bolívia. Estados Unidos acompanham de perto a situação lá, onde, aliás, mantém o maior aparato da CIA na América do Sul.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Um sonho impossível

De Chico Buarque,

"Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão

É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz

E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão."

Primeiro de Maio


Simpatizantes e integrantes da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) marcaram o Dia do Trabalho com um grande comício na Praça da Revolução, em Manágua, na Nicarágua.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobe aprovação de Lula


A aprovação do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 66,8% em fevereiro para 69,3% em abril, segundo a 92ª pesquisa CNT/Sensus , divulgada nesta segunda-feira, 28. A desaprovação para o desempenho de Lula caiu de 28,6% para 26,1% em abril. Esse resultado é o melhor desde janeiro de 2004, ficando atrás somente dos índices de popularidade do primeiro ano de governo.
A pesquisa constatou que 50,4% dos entrevistados responderam ser a favor da alteração da Constituição do País para que seja permitido um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, 45,4% declararam serem contra a reeleição de Lula e apenas 4,3% não se posicionaram sobre o assunto. Essa foi a primeira vez que a pesquisa CNT incluiu uma pergunta sobre a possibilidade de alteração da Constituição para permitir que o presidente Lula se candidate pela terceira vez.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Um outro olhar sobre Cuba


Um outro olhar sobre Cuba é o nome da exposição da fotógrafa Cida Lemos, que abre no próximo dia 1, no Espaço Renato Russo(508 sul), em Brasília. A mostra revela detalhes da exuberante arquitetura de Havana Velha, a parte moderna da cidade, aspectos do cotidiano e dos habitantes da capital. A exposição, que se encerra no dia 14, tem o apoio da Fundação João Mangabeira.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Que te hablen siempre en español!

De Nicolás Guillén, Problemas del subdesarrollo

Monsieur Dupont te llama inculto,
porque ignoras cuál era el nieto
preferido de Victor Hugo.

Herr Müller se ha puesto a gritar,
porque no sabes el día
(exacto) en que murió Bismark.
Tu amigo Mr. Smith,
inglés o yanqui, yo no lo sé,
se subleva cuando escribes shell.
(Parece que ahorras una ele,
y que además pronuncias chel.)

Bueno ¿y qué?
Cuando te toque a ti,
mándales decir cacarajícara
y que donde está el Aconcagua,
y que quién era Sucre,
y que en qué lugar de este planeta
murió Martí.

Un favor:
que te hablen siempre en español.

domingo, 20 de abril de 2008

A estância e o mate, por Jungbluth


pintor dos pampas


Antes tarde do que nunca. No último dia 5, morreu o grande artista plástico Nelson Jungbluth. Ele estava hospitalizado havia 23 dias com problemas pulmonares. Na madrugada de sexta-feira para sábado, no Instituto de Cardiologia, ele teve duas paradas cardíacas e não resistiu.

Jungbluth começou a carreira criando quadrinhos, ingressou na publicidade, mas se notabilizou como ilustrador e pintor com imagens de cavalos. Gaúcho de Taquara, era considerado um artista de cores generosas e figuras faceiras. Durante 35 anos, Jungbluth fez os famosos cartazes e calendários da companhia aérea Varig. Desenhava cenários do Brasil e do mundo, apostando nas cores explosivas e festivas.

Como artista, os cavalos foram seu tema de maior sucesso. “Já reparou que os meus cavalos não têm freio? Para mim, o cavalo tem que estar livre. Nunca está preso num brete, num cercado”, costumava dizer. Críticos observavam que Jungbluth pintava os mais elegantes cavalos das artes plásticas brasileiras.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ortodoxia e previdência social


Na última quarta-feira, o plenário do Senado aprovou um projeto que garante reajustes anuais do salário mínimo até 2011, de acordo com a inflação acrescida do mesmo percentual do crescimento real da economia de dois anos antes.

Mas o que despertou a ira de comentaristas políticos de plantão e defensores do radical ajuste fiscal foi a aprovação de uma de Paulo Paim (PT-RS), que estende aos aposentados do INSS os mesmos reajustes concedidos ao salário mínimo.

Que absurdo, reagiram! E o rombo na Previdência, perguntaram, como se preocupados com o interesse´de milhões de aposentados pelo sistema público.

Com a emenda, que ainda precisa ser votada na Câmara, no dia 1º de fevereiro de 2009, o salário mínimo e as aposentadorias receberão, além da inflação de 2008, um aumento de 5,4%, que foi o percentual do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2007.

Interessante é observar a reação tensa de jornalistas com o risco de quebra do sistema público de previdência. Para estes, a dignidade dos aposentados brasileiros -a ampla maioria recebe um salário mínimo - é mais um índice contábil, que não pode comprometer o equilíbrio das contas públicas. Curioso é perceber que esse mesmo argumento não serve quando grandes empresários rolam suas dívidas eternas, quando a área econômica aumenta o superávit para pagar dívida etc.

A desvinculação da aposentadoria em relação ao salário mínimo, para fins de atualização, foi criminosa. O resultado é que muita gente que contribuiu uma vida toda pelo teto, termina recebendo um valor insuficiente até para custear gastos com medicamentos.

Até o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) reagiu contrário à emenda. Segundo ele, em tom apocalíptico, o Congresso não podia estender aos aposentados o mesmo aumento real do salário mínimo, pois não indicou fonte permanente do novo gasto. E o Refis, que alivia o bolso dos empresários, por acaso, tem essa previsão? E as isenções fiscais que se acumulam, embaladas pelo lobby incessante dos setores econômicos, a tem?

Mercadante cita um déficit anual próximo de R$ 44 bilhões na Previdência. Entretanto, há cinco anos, empresas, pessoas físicas e até governos acumulavam uma dívida de R$ 180 bilhões com o INSS. Hoje, essa conta não sei a quantas anda, porque o Ministério da Previdência não cumpre a lei que determina a publicação da lista dignos cidadãos brasileiros.

O debate público sobre o sistema previdenciário no país é sempre encoberto e confuso. O próprio presidente Lula disse que aposentadoria não é gasto, é investimento social. O problema é que nessa disputa, alguém tem dúvida de quem vai pagar essa conta? A conferir.

É Lula de novo! Por vontade do povo!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ciclo virtuoso no país

Deu nos jornais:

A produtividade do trabalho na indústria brasileira vive o que os economistas chamam de um ciclo virtuoso de crescimento. O ciclo começou em 2004 e está se acelerando. No ano passado, a produção por trabalhador nas fábricas cresceu 4,2%, quase o dobro da taxa alcançada em 2006, que foi de 2,5%. Esse desempenho reflete o aumento dos investimentos das empresas em máquinas e equipamentos para expandir a da produção.Impulsionada pela expansão de 6% na produção industrial, a evolução da eficiência nas fábricas é considerada virtuosa porque veio acompanhada de crescimento de 2,2% no emprego e de 1,8% nas horas pagas. Ou seja, a produtividade aumentou sem demissões em massa, como ocorria no passado. A remuneração média da mão-de-obra apresentou aumento real de 3,1%.

A nova 'bond girl'


A ucraniana Olga Kurylenko estréia em Quantum of Solace, a 22ª aventura de James Bond, prevista para estrear no Brasil dia 7 de novembro. Sucesso garantido.

domingo, 6 de abril de 2008

A construção de um país


As palavras do historiador cubano Eusebio Leal, que vive em Havana, na abertura do VII Congreso de la UNEAC (União Nacional dos Escritores e Artistas de Cuba), em Havana, oferecem uma visão muito particular do novo momento que vive a ilha e seu povo. Algo bem diferente da imagem caricaturizada apresentada pelos meios de comunicação em geral.

Acesse http://www.juventudrebelde.cu/cultura/2008-04-04/intervencion-de-eusebio-leal-en-el-vii-congreso-de-la-uneac/

quarta-feira, 26 de março de 2008

Ouro negro

O jornalista americano Jim Holt publicou, originalmente, no London Review of Books, e depois na revista Piauí, matéria sobre os Estados Unidos e o Iraque. Abaixo, reproduzo um trecho que dá boa explicação sobre o interesse de não se retirar daquele país:

"A guerra do Iraque “não tem como ser ganha”, é um “atoleiro”, um “fiasco”: eis a visão consagrada. Mas há bons motivos para achar que, da perspectiva de George W. Bush e Dick Cheney, ela não é nada disso. Na verdade, os Estados Unidos podem estar encalacrados exatamente onde Bush & Cia. queriam, e por isso não existe uma estratégia de retirada.

O Iraque tem reservas conhecidas de 115 bilhões de barris de petróleo, o que é mais do que cinco vezes o total das reservas americanas. Devido ao seu longo isolamento, ele é o menos explorado dos países ricos em petróleo. Meros 2 mil poços foram perfurados em todo o seu território, enquanto, só no Texas, há 1 milhão de poços abertos. O Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos calcula que o Iraque possa ter mais uns 220 bilhões de barris de petróleo a descobrir. Outra avaliação fala em 300 bilhões. Se essas estimativas estiverem próximas da realidade, as forças americanas estão instaladas em cima de um quarto das reservas mundiais de petróleo. O valor do petróleo iraquiano, em grande parte óleo cru leve com baixos custos de produção, seria da ordem de 30 trilhões de dólares, em valores de hoje. Para fins comparativos, o custo total projetado da invasão/ocupação americana está em torno de 1 trilhão de dólares."

quinta-feira, 6 de março de 2008

Horizonte


O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 5 de março de 2008

Todo apoio à luta da Via Campesina!

Multinacional age ilegalmente

A Stora Enso adquiriu as terras em nome da empresa Derflin, que é o braço da multinacional para produzir matérias-primas. Como a Derflin também é estrangeira não conseguiu legalizar as áreas. Por isso, a Stora Enso criou uma empresa laranja: a agropecuária Azenglever, de propriedade de dois brasileiros: João Fernando Borges e Otávio Pontes (diretor florestal e vice-presidente da Stora Enso para a América Latina, respectivamente). Eles são atualmente os maiores latifundiários do RS.

Cerca de 50 fazendas, totalizando mais de 45 mil hectares, já estão registradas em nome da Agropecuária Azenglever. Entre essas áreas, está a Tarumã, ocupada pelas mulheres camponesas. Há um inquérito na Polícia Federal responsável para investigar o crime, mas a empresa continua agindo livremente.

Via Campesina combate 'deserto verde'


Cerca de 900 mulheres da Via Campesina ocuparam nesta terça-feira a fazenda Tarumã, de 2.100 hectares, no município de Rosário do Sul, a 400 km de Porto Alegre. As mulheres realizaram o corte de eucaliptos e o plantio de árvores nativas em área que pertence à empresa sueco finlandesa Stora Enso.

A transnacional vem comprando dezenas de propriedades rurais no Estado, próximo da fronteira com Uruguai, embora a legislação brasileira (lei nº 6.634 de 1979; e o artigo 20, parágrafo 2 da Constituição Federal) proíba empresas estrangeiras de adquirir terras localizadas na faixa de 150 km da fronteira.

A meta da empresa é formar uma base florestal de mais de 100 mil hectares e implantar fábricas na região.

Em nota distribuída à imprensa, as mulheres declararam o seguinte: "Nossa ação é legítima. A Stora Enso é que é ilegal. Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma pampa e contra a soberania alimentar de nosso estado que está cada vez mais sem terra para produzir alimentos. Estamos arrancando o que é ruim e plantando o que é bom para o meio ambiente e para o povo gaúcho".

Mídia e liberdade, segundo Chomsky


O Le Monde Diplomatique Brasil entrevistou certa vez o lingüista e professor do MIT, Noam Chomsky, e lhe perguntou por que sempre que o jornalista é indagado se sofre pressões ou censura, a resposta é invariavelmente "não".
Ao que Chomsky respondeu:

"Quando os jornalistas são questionados, eles respondem de fato: "nenhuma pressão é feita sobre mim, escrevo o que quero". E isso é verdade. Apenas deveríamos acrescentar que, se eles assumirem posições contrárias à norma dominante, não escreveriam mais seus editoriais. Não se trata de uma regra absoluta, é claro. Eu mesmo sou publicado pela mídia norte-americana. Os Estados Unidos não são um país totalitário. Mas ninguém que não satisfaça exigências mínimas terá chance de chegar à posição de comentarista respeitável.
Esta é, aliás, uma das grandes diferenças entre o sistema de propaganda de um Estado totalitário e a maneira de agir das sociedades democráticas. Com certo exagero, nos países totalitários, o Estado decide a linha a ser seguidae todos devem se conformar. As sociedades democráticas funcionam de outra maneira: a linha jamais é anunciada como tal; ela é subliminar. Realizamos, de certa forma, uma 'lavagem cerebral em liberdade'.
Na grande mídia, mesmo os debates apaixonados se situam na esfera dos parâmetros implicitamente consentidos - o que mantém na marginalidade muitos pontos de vista contrários. O sistema de controle das sociedades democráticas é mais eficaz; ele insinua a linha dirigente como o ar que respiramos. Não percebemos e, por vezes, nos imaginamos no centro de um debate particularmente vigoroso. No fundo, é infinitamente mais teatral do que nos sistemas totalitários. (...)"

A resposta de Chomsky prossegue, mas me limito a reproduzir este trecho, que já é mais do que suficiente.

Coro grego nas redações


Mino Carta comenta sobre os jornalistas brasileiros: Algo que sobremaneira me intriga é porquê os jornalistas nativos chamam seus patrões de colegas. Adulação? Sabujismo? Medo de perder o emprego? Não sei, mas está claro que não se dão a respeito. O Brasil é o único país do mundo ao meu alcance onde tal situação ocorre. Existem até aqueles em que ao patrão é vedada por lei a carreira jornalística. Aqui os homens até ganham carteirinha do sindicato. E como se empenham, os jornalistas autênticos, a favor das idéias de quem lhe paga o salário... Ora direis: os pensamentos de uns e outros coincidem. À perfeição. Tim-tim por tim-tim. É jogo de equipe. Como nas famílias mafiosas.
O capo-di-tutti-i-capi ordena, os soldati e os picciotti executam. Claro que soldati e picciotti da mídia nativa não matam, ou, simplesmente, não quebram pernas de quem não paga o pizzo. Defendem, porém, os interesses da minoria contra aqueles do país. No mínimo, e de cara lavada. Quando não acusam sem prova, difamam, caluniam. Até onde chega este gênero de submissão? Até o fundo do poço. E, em alguns casos, a situação mereceria a intervenção do coro grego. Pois é difícil, se não impossível, entender como indivíduos de QI razoável e algumas leituras possam sujeitar-se a tanta curvatura, intelectual e moral.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Fidel Castro em ação

Uma nova etapa em Cuba


Aos 81 anos, Fidel Castro anunciou nesta terça-feira seu afastamento do poder em Cuba. A formação do novo governo será designada no próximo domingo pelo Parlamento. "Felizmente nosso processo conta com quadros da velha guarda, junto a outros que eram muito jovens quando começou a primeira etapa da Revolução", escreveu Fidel em texto publicado no Granma, jornal do Partido Comunista Cubano.

Desde julho de 2006, quando o líder foi acometido de uma doença, está à frente das figuras históricas da ilha o irmão, Raúl Castro, um general que o acompanhou em todas as batalhas desde a revolução de 1959. Com 76 anos, Raúl é o favorito para sucedê-lo formalmente no poder durante os próximos cinco anos.

Fidel deixa a cadeira de presidente de um país que, após 49 anos de revolução alcançou avanços incontestáveis, reconhecidos por organismos internacionais, como ONU e OMS, que atestam a incrível evolução de índices de saúde, educação, emprego e de redução da miséria. É claro que há problemas, mas boa parte deles resultado do inaceitável embargo econômico imposto pelos EUA – condenado, aliás, pela maioria esmagadora dos membros da ONU.

De acordo com pesquisa da Pnud, o índice de pobreza de Cuba entre os 102 países em desenvolvimento pesquisados era o sexto menor em 2004. Segundo a ONU, em 2003, a mortalidade infantil de Cuba era de 6,2 habitantes para cada 1000 (no Brasil, o índice era de 28,6 por 1000). Em 2006, Cuba obteve a 50ª colocação no ranking de IDH, situada entre os países de alto desenvolvimento humano (o Brasil é o 69º). A mesma pesquisa colocava o índice de analfabetismo cubano em 0,02% da população (no Brasil, a taxa era de 13,7%).

A CIA, central de inteligência americana, que organiza o "World Fact Book", um levantamento anual de dados sobre os países do mundo, estimava em 1,9% o desemprego em Cuba. No Brasil, segundo a mesma fonte, o índice era de 9,6% no ano passado. Ainda de acordo com o "World Fact Book", a expectativa de vida ao nascer na ilha era de 77,41 anos -contra uma esperança de 71,9 anos no Brasil.

Mescla de gerações - Apesar da presença de velhos companheiros revolucionários no governo, entre eles, José Ramón Machado Ventura, influente membro do PC, com 76 anos, o ministro do Interior, general Abelardo Colomé, 67 anos, que se uniu à guerrilha ainda adolescente, e o comandante Ramiro Valdés, ex-ministro do interior de 75 anos e agora à frente das Comunicações, Fidel recomendou que o novo governo inclua também dirigentes mais jovens. "Nosso processo dispõe da geração intermediária que aprendeu conosco os elementos da complexa e quase inacessível arte de organizar e dirigir uma revolução", acrescentou.

Essa geração está encabeçada pelo vice-presidente Carlos Lage, 55 anos, considerado o "arquiteto" das reformas econômicas da década de 1990 e um possível candidato a ocupar o atual posto de primeiro vice-presidente dos conselhos de Estado e de Ministros se Raúl for nomeado presidente. Outra figura emergente é o chanceler Felipe Pérez Roque, 41 anos, formado politicamente como secretário de Fidel durante quase uma década e hoje um articulado diplomata capaz de defender o sistema na Assembléia Geral das Nações Unidas. No domingo, quando o Parlamento votar uma lista única de 31 candidatos a igual número de cargos no Conselho de Estado, os habitantes desta pequena ilha do Caribe estarão dando os primeiros passos de uma nova etapa histórica.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Por que crescem as despesas correntes

A tese de que o Estado brasileiro é ineficiente e gasta muito com despesas correntes, que deveriam ser reduzidas, é recorrente no país. O que não se fala é por que essas despesas aumentam e a quem beneficiam. Essas respostas estão no excelente estudo de número 1319, Despesas Correntes da União: Visões, Omissões e Opções, do Ipea, assinado por Ronaldo Coutinho Garcia.
Confira abaixo comentários sobre o trabalho e confira a sua íntegra no endereço: href="http://http://ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1319.pdf"

"Na atualidade, são muitas as vozes que insistentemente clamam por redução das despesas correntes do governo federal. Advogam que teriam crescido vertiginosa e insustentavelmente. Insistem que a diminuição é condição para a retomada dos investimentos públicos e para a ativação da economia. Concluem, quase sempre, dizendo que, por isso, o governo é ineficiente.

Essas afirmações estabelecem uma relação direta, determinista, entre elevada participação das despesas correntes na despesa total e ineficiência. Se a decorrência desejável é aumentar a eficiência global do governo, o caminho proposto, cortar as despesas correntes, pode revelar-se enganoso e, no limite, bastante problemático, mesmo que se reconheça que tais despesas são realizadas sem que alcancem a eficiência possível.

As Despesas Correntes da União (DCUs) cresceram muito nos últimos tempos. Hoje beneficiam diretamente uma enorme massa de brasileiros que, em passado não distante, desconheciam a presença do Estado, os seus mecanismos de proteção e os seus serviços construtores de cidadania, por incipiente que sejam. Estas despesas animam as economias dos pequenos municípios espalhados pelo país, ampliam o mercado para os bens de consumo acessíveis às suas rendas, gerando empregos e impostos, retirando alguns da marginalidade e dando a outros oportunidades que não teriam.

Mas a principal causa do crescimento das Despesas Correntes da União não foi o aumento dos gastos sociais ou com pessoal. Quem mais impulsionou o crescimento das DCUs foram as despesas com juros e encargos da dívida. Dado que a dívida pública mobiliária federal interna, em valores reais, foi multiplicada por sete, entre 1995 e 2006, e tem sido remunerada com taxas de juros sempre das mais altas do planeta[0], é inevitável que pressione por aumento da carga tributária, comprima os investimentos públicos, exija superávits primários elevados e, mesmo assim, não pare de crescer."

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Lula e Raul fecham acordos comerciais


A exploração de petróleo, a criação de uma empresa mista para construir uma fábrica de lubrificantes, créditos milionários para a compra de alimentos e a modernização de uma fábrica de níquel em Moa (leste da ilha) foram os principais acordos fechados pelo presidente Lula com o governo cubano, em sua visita à ilha nesta semana.
Lula encontrou-se sozinho com Fidel Castro, sem a presença de outros integrantes de sua comitiva.
A visita ao líder cubano, de 81 anos, em local secreto, concentrou a expectativa da viagem relâmpago de Lula à ilha. A confirmação da reunião foi dada à imprensa apenas quando o encontro já estava em andamento, pois dependia, de acordo com autoridades brasileiras, de uma decisão dos médicos. Na verdade, a visita de Lula ao líder cubano tardou demais para quem sempre recebeu atenção especial de Castro.
Antes do encontro, Lula selou dez convênios com Raúl Castro, presidente interino, durante uma cerimônia no Palácio da Revolução, em companhia dos presidentes das petroleiras estatais, de chanceleres e de ministros do Comércio, Saúde e Educação.
"Estamos começando as análises sísmicas, para depois começar a atividade de perfuração. No momento, estamos terminando a aquisição de dados sísmicos", explicou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Após os estudos, em seis meses, serão definidos em quais dos 35 blocos disponíveis em águas cubanas do Golfo do México (de um total de 59) a Petrobras investirá, disse o diretor da empresa Cuba Petróleo (Cupet), Fidel Rivero.
"Têm especialistas e alta tecnologia, são líderes mundiais em perfuração de águas profundas", comentou, acrescentando que, nos restantes 24, trabalham companhias de Espanha, Canadá, Malásia, Venezuela, Índia, Vietnã e Noruega, sob contrato de risco. Ambos os países concordaram em estudar empréstimos para projetos de hotelaria, farmácia, biotecnologia, infra-estrutura viária, indústria açucareira e transporte. Segundo a imprensa local, o financiamento seria entre 600 e 800 milhões de dólares.
O ministro brasileiro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que, em biotecnologia, acordou-se um contrato de licença de patentes e transferência de informação técnica sobre o fármaco Interferon. Além disso, avança-se na forma de validação de títulos de médicos brasileiros graduados em Cuba.
Comércio - O Brasil, segundo sócio comercial de Cuba na América Latina e quarto do continente, atrás de Venezuela, Canadá e Estados Unidos, tem importantes investimentos na ilha, ampla cooperação em saúde e um intercâmbio comercial que cresceu de 117 milhões de dólares em 2002 para 453 milhões, em 2006, 429 milhões em vendas brasileiras.

Novo recorde na geração de emprego

Em 2007, o número de empregos formais bateu novo recorde histórico. Ao contrário do que ocorreu nos oito anos do governo de FHC, a geração de empregos foi uma das marcas positivas do período que compreende o primeiro mandato do presidente Lula. E, tudo indica, deverá se repetir até 2010, fruto do melhor desempenho da economia, da produção, de medidas de desoneração e incentivo a setores com potencial de absorção de mão-de-obra, como a construção civil, por exemplo.
As informações estão em matéria publicada pelo site UOL, abaixo:


A geração de empregos formais (com carteira assinada) em 2007 foi a maior da história, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. No ano passado, foram criadas 1,6 milhão de vagas, total que superou o de 1,5 milhão de vagas geradas em 2004, antiga marca recorde.
Em relação a 2006, quando houve 1,2 milhão de vagas, o número total de 2007 é 31% maior. Ao longo do ano passado, o mercado cresceu 5,85%, o que significa uma média mensal de 134 mil empregos.
De acordo com o MTE, todos os setores da atividade econômica apresentaram aumento no emprego formal em 2007. Desses, destacam-se os desempenhos recordes obtidos no setor de serviços (587,1 mil postos) e de comércio (405,1 mil).
No que diz respeito à taxa de crescimento, o setor da construção civil foi o que apresentou a maior expansão: 13,08%. Vieram em seguida o comércio, com taxa de 6,5%, indústria de transformação (6,1%) e serviços (5,3%).
O Caged registra mensalmente todas as contratações e demissões regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ficam de fora da estatística os servidores públicos e empregados domésticos.