quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Lula e Raul fecham acordos comerciais


A exploração de petróleo, a criação de uma empresa mista para construir uma fábrica de lubrificantes, créditos milionários para a compra de alimentos e a modernização de uma fábrica de níquel em Moa (leste da ilha) foram os principais acordos fechados pelo presidente Lula com o governo cubano, em sua visita à ilha nesta semana.
Lula encontrou-se sozinho com Fidel Castro, sem a presença de outros integrantes de sua comitiva.
A visita ao líder cubano, de 81 anos, em local secreto, concentrou a expectativa da viagem relâmpago de Lula à ilha. A confirmação da reunião foi dada à imprensa apenas quando o encontro já estava em andamento, pois dependia, de acordo com autoridades brasileiras, de uma decisão dos médicos. Na verdade, a visita de Lula ao líder cubano tardou demais para quem sempre recebeu atenção especial de Castro.
Antes do encontro, Lula selou dez convênios com Raúl Castro, presidente interino, durante uma cerimônia no Palácio da Revolução, em companhia dos presidentes das petroleiras estatais, de chanceleres e de ministros do Comércio, Saúde e Educação.
"Estamos começando as análises sísmicas, para depois começar a atividade de perfuração. No momento, estamos terminando a aquisição de dados sísmicos", explicou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Após os estudos, em seis meses, serão definidos em quais dos 35 blocos disponíveis em águas cubanas do Golfo do México (de um total de 59) a Petrobras investirá, disse o diretor da empresa Cuba Petróleo (Cupet), Fidel Rivero.
"Têm especialistas e alta tecnologia, são líderes mundiais em perfuração de águas profundas", comentou, acrescentando que, nos restantes 24, trabalham companhias de Espanha, Canadá, Malásia, Venezuela, Índia, Vietnã e Noruega, sob contrato de risco. Ambos os países concordaram em estudar empréstimos para projetos de hotelaria, farmácia, biotecnologia, infra-estrutura viária, indústria açucareira e transporte. Segundo a imprensa local, o financiamento seria entre 600 e 800 milhões de dólares.
O ministro brasileiro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que, em biotecnologia, acordou-se um contrato de licença de patentes e transferência de informação técnica sobre o fármaco Interferon. Além disso, avança-se na forma de validação de títulos de médicos brasileiros graduados em Cuba.
Comércio - O Brasil, segundo sócio comercial de Cuba na América Latina e quarto do continente, atrás de Venezuela, Canadá e Estados Unidos, tem importantes investimentos na ilha, ampla cooperação em saúde e um intercâmbio comercial que cresceu de 117 milhões de dólares em 2002 para 453 milhões, em 2006, 429 milhões em vendas brasileiras.

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