segunda-feira, 4 de junho de 2007

Cuba amplia relações comerciais


Granma Internacional - Se as viagens e o comércio entre os Estados Unidos e Cuba se normalizassem, os cinco primeiros anos dessa relação significariam um acréscimo de US$ 21 bilhões no intercâmbio de bens e serviços. A estimativa é do presidente da Empresa Cubana Importadora de Alimentos (Alimport), Pedro Álvarez Borrego, ao abrir uma nova rodada de negociações com produtores agropecuários estadunidenses.

No mês passado, Havana recebeu 265 homens de negócios de 114 companhias de 25 estados norte-americanos, para assinar acordos avaliados em mais de US$ 100 milhões na compra de alimentos. Toneladas de arroz, farinha, soja, milho, frango fracionado e outros produtos completam a relação de mercadorias acordadas com os empresários norte-americanos.

A política de guerra econômica contra Cuba castra a possibilidade de ações mercantis em outros setores, e, por sua vez, obriga a ilha a formalizar os pagamentos de suas compras, à vista, de maneira antecipada e através de bancos em terceiros países. Tudo isso, não dispondo de créditos financeiros e com a obrigação de transportar as mercadorias em navios com a bandeira dos EUA ou de conveniência.

De acordo com a Alimport, em 2006 as importações e os custos de operações para os EUA cresceram para US$ 570,8 milhões. Estas transações, executadas num ambiente restritivo, levaram ao aumento considerável dos custos financeiros para a Ilha, sendo as afetações por esse conceito da ordem dos US$ 21,8 milhões.

William Hawnk, à frente dos agricultores pelo estado de Mississippi, declarou em nome de seus colegas que estava plenamente comprometido com o fim das barreiras políticas que afetam as relações entre os dois países e tornam mais difícil o comércio entre ambas as nações.

Rosa de Lauro, à frente do grupo de congressistas democratas e republicanos assistentes ao evento, disse que a viagem lhe permitiu reforçar seu critério de que “se deve pôr fim ao embargo” e “incrementar as oportunidades de comércio entre os dois países”.

Pedro Álvarez disse que, sob as duras restrições, que nos privam de importantes fontes de receitas, Cuba foi capaz de desenvolver excelentes relações com as associações e federações, o departamento da agricultura dos diferentes estados, os portos e empresários em geral, desde que, em 2001, mediante uma cláusula às leis do bloqueio, foram acordadas estas compras à vista.

Porém, Álvarez diz que a teimosa ação do bloqueio impede que as compras feitas a produtores dos Estados Unidos tripliquem. Acontece que para garantir a alimentação dos 11 milhões de cubanos, a Alimport deve importar neste ano uns US$ 1,6 bilhão, para um crescimento de 600 milhões nos últimos quatro anos, e com tendência a duplicar. Atualmente, o índice de importações beira os 7,8 milhões de toneladas de alimentos. Delas, 95% são destinados à cesta básica da população cubana (sistema que garante, de forma eqüitativa, produtos como arroz, legumes, açúcar, café, leite, peixe, etc), a preços subvencionados pelo Estado e que distam muito do importe que deve pagar para adquiri-los. Por exemplo, um quilograma de arroz é obtido a uns 43 ou 45 centavos de dólar, más é vendido à população a menos de 3 centavos. (Gilda Fariñas Rodríguez — do Granma Internacional)

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