terça-feira, 8 de maio de 2007

Irrealismo da sociedade real


Há pouco mais de 13 anos, morreu na França Guy Debord. Filósofo, agitador social e diretor de cinema, Debord se definia como "doutor em nada" e pensador radical. A partir de 1957, quando fundou na Itália a Internacional Situacionista, com outros intelectuais, desenvolveu o discurso libertário que ganharia o mundo no movimento de Maio de 1968. Em seu clássico "A sociedade do espetáculo", Debord inova na análise crítica da moderna sociedade de consumo. A seguir, reproduzo apenas uma de suas afirmações, esclarecedora e atual:

"(...) o espetáculo é ao mesmo tempo o resultado e o projeto do modo de produção existente. Não é um suplemento do mundo real, uma decoração que lhe é acrescentada. É o âmago do irrealismo da sociedade real (...)O espetáculo é a ideologia por excelência, porque expõe e manifesta em sua plenitude a essência de todo sistema ideológico: o empobrecimento, a sujeição e a negação da vida real (...)"

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