quinta-feira, 4 de junho de 2009

OEA revoga resolução contra Cuba, sem apoio dos EUA

A Organização dos Estados Americanos (OEA) revogou nesta quarta-feira (3) uma resolução que excluiu Cuba há quase meio século do organismo, o que abre caminho para sua reincorporação.
A participação de Cuba foi suspensa da organização, que fica baseada em Washington, em 1962 por conta de sua adesão “incompatível” ao Marxismo-Leninismo.
“A Guerra Fria acaba neste dia em San Pedro Sula”, afirmou o presidente de Honduras Manuel Zelaya, imediatamente após o anúncio da votação.
A decisão foi tomada sem exigir condições, disse o ministro do Exterior do Equador Fander Falconi, mas impõe alguns mecanismos para o retorno de Cuba; incluindo a necessidade de acordo com as convenções de direitos humanos da OEA.
O grupo de ministros do exterior e embaixadores que está reunido em Honduras deve esclarecer os termos do acordo que suspende a exclusão de Cuba nas próximas horas.
“Este é um momento de alegria para toda a América Latina”, disse Falconi a repórters. A decisão foi tomada por consenso, o que significa que os Estados Unidos a aceitaram.

Fidel Castro
Horas antes da decisão da OEA o ex-presidente de Cuba havia criticado a organização. Fidel Castro disse em texto publicado nesta quarta que a Organização dos Estados Americanos (OEA) é "cúmplice" de crimes contra o seu país.

"A OEA foi cúmplice de todos os crimes cometidos contra Cuba," disse Fidel no artigo publicado pela imprensa oficial da ilha, sob o título "O Cavalo de Troia." "Em um momento ou outro, a totalidade dos países da América Latina foram vítimas das intervenções e agressões políticas e econômicas. Não há um só que possa negá-lo."

No artigo, Fidel, que se afastou do poder desde 2006 por motivos de saúde, acusa a OEA de ter apoiado "o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas."

Na terça-feira, não houve consenso entre os chanceleres americanos a respeito da volta de Cuba ao sistema regional. Havana declarou recentemente que não tem interesse em voltar à OEA, mas vários países latino-americanos defendem a reintegração incondicional, entendendo que isso estimularia a reaproximação de Cuba com os EUA.

Fonte: Abril.com

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